Amaru: rede de conhecimento em terapia ocupacional da América Latina
Amaru: knowledge network in occupational therapy in Latin America
DOI:
https://doi.org/10.1921/gpwk.v30i3.1709Keywords:
América Latina, Comunidade, Conhecimento, Grupos, Teoria Crítica, Terapia Ocupacional, Latin America, community knowledge, groups, groupwork, group work, critical theory, occupational therapyAbstract
This paper presents the challenges of production and dissemination of knowledge in Occupational Therapy in Latin America, its place in the global scenario and the weaving of a political-epistemic network of communication, discussion and exchange. A sense of groupwork, processes and intervention as a collective network is proposed to analyse and understand the social relational practices that make up the political-epistemic network between key-subjects, different types of knowledge, as well as different ways of producing and disseminating them for the institutionality of the field of Occupational Therapy itself and for its outreach in society in general. To this end, we describe and analyse the actions of the Amaru Network as a collective strategy to face the challenges of the production and dissemination of hegemonic and excluding knowledge in Occupational Therapy in the Latin American context. We take as the axis of analysis the idea of collective as a conceptual category that serves to designate and guide the counter-hegemonic processes of knowledge production in the scientific and cosmological reality of the Latin American region. The Amaru Network, in proposing and sustaining a social practice engendered in a collaborative network between Latin American countries, turns its gaze to the broadening of epistemological bases for other possible modes of knowledge production.
Este ensaio apresenta os desafios da produção e difusão de conhecimento em Terapia Ocupacional na América Latina, seu lugar no cenário global e a tessitura de uma rede político-epistêmica de comunicação, de discussão e troca. Propõe-se um sentido de trabalho em grupo, de processos e intervenção, enquanto coletivo em rede para analisar e compreender as práticas sociais relacionais que conformam a rede político-epistêmica entre sujeitos-chaves, diferentes tipos de conhecimento, bem como distintos modos de produzi-los e difundi-los para a institucionalidade da própria área de Terapia Ocupacional e para seu alcance na sociedade em geral. Para tanto, são descritas e analisadas ações da Rede Amaru como estratégia coletiva no enfrentamento aos desafios da produção e difusão do conhecimento hegemônico e excludente em Terapia Ocupacional que se colocam ao contexto latino-americano. Tomamos como eixo de análise a ideia de coletivo enquanto uma categoria conceitual que serve para designar e orientar os processos contra-hegemônicos da produção de conhecimento na realidade científica e cosmológica da região latino-americana. A Rede Amaru, ao se propor e sustentar uma prática social engendrada em uma rede colaborativa entre países latino-americanos, volta seu olhar para o alargamento das bases epistemológicas para outros modos possíveis de produção de conhecimento.
References
Bourdieu, P. (1983). O campo científico. In. Ortiz, R. Pierre Bourdieu: Sociologia. São Paulo: Editora Ática Bourdieu, 122-155
Bourdieu, P. (1998). Os três estados do capital cultural. in Catani, A. & Nogueira, M.A. (orgs.). Escritos de Educação. Petrópolis: Vozes, p. 71-80.
Bourdieu, P. (2000). Os três estados do capital cultural. (10ª ed) in Escritos da Educação. Petrópolis: Vozes
Castro-Gómez, S. (2007). “Decolonizar la universidad. La hybris del punto cero y el diálogo de saberes”. In: Santiago Castro-Gómez y Ramón Grosfoguel (orgs.). El giro decolonial: Reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global, Bogotá: Siglo del Hombre Editores, Universidad Central, Instituto de Estudios Sociales Contemporáneos, Pontificia Universidad Javeriana, Instituto Pensar.
Castro-Gómez, S.; Grosfoguel, R. (2007). El giro decolonial: reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre Editores
Correia, R. L., Wertheime, L. G., Morrison, R., & Silva, C. R. (2021). Contemporary perspectives of occupational therapy in Latin America: Contributions to the glocal dialogue. South African Journal of Occupational Therapy, 51(4), 41-50. http://dx.doi.org/10.17159/2310-3833/2021/vol51n4a6
Costa, S. L.; Alves, H. C. (2017). Diálogos interepistêmicos: por uma terapia ocupacional de base alargada. Revista Interinstitucional Brasileira Terapia Ocupacional, 1 (5), 527-532. doi: 10.47222/2526-3544.rbto13459
Escóssia, L.; Kastrup, V. (2005). O conceito de coletivo como superação da dicotomia indivíduo-sociedade. Psicologia em Estudos, 10(2): 295-304
Galheigo, S. M. (2011). What needs to be done? Occupational therapy responsibilities and challenges regarding human rights. Australian Occupational Therapy Journal, 58(2), 60–66.
Galheigo, S. M. (2014). Sobre identidades, latinoamericanidades e construção de saberes em Terapia Ocupacional: diálogos com Boaventura de Sousa Santos. Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar, 22(1), 215-221.
Guajardo, A. (2014). La terapia ocupacional crítica como posibilidad. In: Santos, V.; Gallassi, A. D. Questões contemporâneas da terapia ocupacional na América do Sul. Curitiba. Editora CRV, 159-165.
Kastrup, V. (2003) A rede como figura empírica da ontologia do presente. Em T. G. Fonseca & P. Kirst (Orgs.), Cartografias e devires (pp. 53-61). Porto Alegre: Ed. UFRGS.
Leite, D. B. C., Caregnato, C. E., & Miorando, B. S. (2018). Efeitos multiplicadores das redes de colaboração em pesquisa. Um estudo internacional 1 Apoio CNPq. Avaliação: Revista da Avaliação da Educação Superior, 23(1), 263-286. https://doi.org/10.1590/S1414-40772018000100014
Monzeli, G. A., Morrison, R., & Lopes, R. E. (2019). Histórias da terapia ocupacional na América Latina: a primeira década de criação dos programas de formação profissional. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, 27, 235-250. DOI: https://doi.org/10.4322/2526-8910.ctoAO1631
Morrison, R. (2021). La Terapia Ocupacional. Una interpretación desde Eleanor Clarke Slagle. Fides et Ratio, 21(21), 103-126.
Morrison, R., Silva, C. R., Correia, R. L., & Wertheimer, L. (2021). Why an Occupational Science in Latin America? Possible relationships with Occupational Therapy from a pragmatist perspective. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, 29. https://doi.org/10.1590/2526-8910.ctoEN2081
Pierre, P. (2000). Os três estados do capital cultural (10ª Ed). Escritos da Educação. Petrópolis: Vozes.
Santos, B. S. (1998). Um discurso sobre as ciências na transição para uma ciência pós-moderna. Estudos Avançados, 2(2), 46-71. https://doi.org/10.1590/S0103-40141988000200007
Santos, B. S. (2011). A universidade no século XXI: para uma reforma democrática e emancipatória da universidade. 3a edição, São Paulo: Editora Cortez.
Silva, C. R., Jara, R. M., Del Campo, Y. C., & Kronenberg, F. (2019). Terapias Ocupacionais do Sul: demandas atuais a partir de uma perspectiva sócio-histórica/Occupational Therapies of the South: current demands from a socio-historical perspective. Revista Interinstitucional Brasileira de Terapia Ocupacional, 3(2), 172-178.